quarta-feira, 28 de abril de 2010

Turbulência

Desde que olhei para trás e joguei meu ultimo beijo ao conhecido- desconhecido, não consigo pensar em outra coisa que não sejam míseros 10 dias que passei em flutuação no mar da esperança. As palavras antes tantas vezes desacreditadas e fingidas quando entravam nos meus ouvidos tornavam-se de novo máscaras reais e concretas de tudo já vivido. Embarcar era tão fácil, o difícil era deixar e terminar ali com um sentimento que por várias vezes não me deixou seguir em frente. Sabia mais do que ninguém que não passavam de frases feitas e clichês que se malograram com o tempo.

Metade de mim sabe que tudo não passa de ilusionismo, como as cartas de baralho que mesmo marcadas somem com um simples estalar dos dedos. Mas a outra metade insiste por ficar e acreditar que um dia eu fiz a diferença e que um dia todas aquelas palavras e aquelas lágrimas saíram sinceras.

Olhando da janela da grande aeronave vi a distancia e a saudade perder - se sob meus olhos. Éééé coração ele é leviano.... Não se pode deixar levar por quem tem incerteza como sobrenome. Melhor usar os milhares de quilômetros como desculpa para acabar com essa zaralhice.

2 comentários:

Jússia Carvalho disse...

Que texto lindinho, irmã. Com um eu-lírico diferente e cheio de amores. Adorei!

Tamires Lima disse...

Que linda, Rah!

Teu texto foi suave, tão lindo pra uma estréia! Já soube que tens muito talento, e sendo irmã de quem é, acredito imensamente nisso. Aqui está a prova. Seja muito bem vinda por aqui, flor. Um jardim que ficou completo.

Beijos, com carinho!