sábado, 12 de novembro de 2011

Uma voz, apenas.

Saindo do trabalho, toda apressada cheia de coisas nas mãos, bolsa, livros e mais livros... E então o telefone toca, quase deixa tudo cair pra tentar atender ao telefone e quando olhou, um numero desconhecido. Aquele revirar dos olhos característico, sempre imaginando que é alguém ligando errado. E quando ela atendeu...
-Alô.
-Oi linda, como você está? 
- Quem está falando? 
-Esqueceu tão rápido assim de mim?
Ela odiava ter que adivinhar quem estava falando, mas quando escutou o "já esqueceu de mim". Logo reconheceu a voz.
-Oi, estou bem e você?
-Estou ótimo. 
Ela pensou o porque dele estar ligando depois de tanto tempo, tantos desencontros, tantas brigas. 
Como sempre, ele adivinhou o pensamento dela.
-Deves estar pensando por que eu liguei, mas liguei pra te dizer que to com saudade e sempre vou te amar. Independente do que aconteça. 
Ela ficou durante um bom tempo, parada no meio da rua, observando os carros passarem, calada ao telefone. 
-Ué, ainda estas ai lindona?
-Estou sim, é que estava entrando no carro - Ela mentiu. 
-Obrigada por ligar, espero que você esteja bem. Agora tenho que desligar, outra hora a gente se fala. - Tirou o telefone no ouvido e estavas preste a desligar quando ele ainda falou do outro lado.
-Espera. Me escuta. Sei que eu já errei muito mas quero te dizer que mesmo com todos os nossos problemas e você me tratando mal, eu te amo muito. Não consigo te esquecer. Pena que não deu certo pra nos dois, mas sei que eu sempre vou te amar. E sei que me amas também. Um dia eu ainda tenho a esperança que vamos voltar a ser felizes juntos. E sei que a pessoa com quem você está se relacionando agora é apenas uma paixão que logo logo vai deixar. Por que eu te amo, e tu me amas. E não há nada que vá mudar isso. Essa história, ninguém apaga, ninguém destrói. 
Ela estava ao prantos, parada em frente ao seu carro, por que ele sempre sabia o que dizer quando ligava. Poderia demorar a ligar ou dá chás de sumiço. Mas sabia que quando ele ligasse era na voz dele que ela se acalmava, era com ele que ela sorria de verdade. 
-Eu te tenho que desligar- Ela falou.
-Tudo bem, eu entendo. Obrigada por me escutar, e olha, saiba que eu nunca te esqueci. 
-Tchau!
-Tchau linda. 
Ela desligou o telefone, sentou finalmente no carro. Bateu a porta, ligou o rádio no ultimo volume e chorou, chorou e chorou. Não por ele ter ido embora, nem nada. Mas por saber que tudo aquilo era verdade. E que ainda era ele quem ela amava e não havia outra voz se não a dele que ela queria escutar.