quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Espelho.


Meio perdida, me olho tanto no espelho e tudo o que vejo é uma cara amassada e um monte de interrogações. Passei de novo o dia inteiro dormindo. Talvez assim tudo passe mais rápido, e agosto vire logo setembro que vira outubro que vira novembro e logo logo vem um novo ano. Mas tudo seria fácil se dormir fosse a solução. Acordo cansada, cansada da vida, cansada das dúvidas, dos medos, das desilusões, dos amores, ou dos não-amores... Tudo se torna totalmente sem sentido agora. Não sei pra onde vou, se vou, o que vou fazer, se realmente quero fazer. Como agora, e o porquê de escrever tudo isso. Quando penso no que faço minha vontade é fazer cada dia mais, mas quando não faço minha vontade é nunca sair da inércia. Quantas vezes mais preciso inventar mil desculpas pra ficar só? Matei meus amores, meus amigos, meus sonhos, meus risos e minha felicidade. Restaram meus autores e talvez até eles estejam me abandonando. Pisco em frente ao espelho, pra vê se aquela imagem feia e tortuosa se apaga e volta aquela menina com riso fácil e amores eternos. Difícil fazer milagre, feitiço... Tenho certeza se tivesse o espelho da bruxa da branca neve, ele me diria com todas as letras que era a mulher mais feia da face da terra.
E aqui se vai mais um dia, inútil, sem risos, sem alegrias, com falsas promessas de um dia melhor...
E aqui está mais uma noite mal dormida, esperando o dia raiar pra eu me olhar no espelho e vê alguém que novamente “dormiu” demais.