Desde que olhei para trás e joguei meu ultimo beijo ao conhecido- desconhecido, não consigo pensar em outra coisa que não sejam míseros 10 dias que passei em flutuação no mar da esperança. As palavras antes tantas vezes desacreditadas e fingidas quando entravam nos meus ouvidos tornavam-se de novo máscaras reais e concretas de tudo já vivido. Embarcar era tão fácil, o difícil era deixar e terminar ali com um sentimento que por várias vezes não me deixou seguir em frente. Sabia mais do que ninguém que não passavam de frases feitas e clichês que se malograram com o tempo.
Metade de mim sabe que tudo não passa de ilusionismo, como as cartas de baralho que mesmo marcadas somem com um simples estalar dos dedos. Mas a outra metade insiste por ficar e acreditar que um dia eu fiz a diferença e que um dia todas aquelas palavras e aquelas lágrimas saíram sinceras.
Olhando da janela da grande aeronave vi a distancia e a saudade perder - se sob meus olhos. Éééé coração ele é leviano.... Não se pode deixar levar por quem tem incerteza como sobrenome. Melhor usar os milhares de quilômetros como desculpa para acabar com essa zaralhice.