quarta-feira, 28 de abril de 2010

Turbulência

Desde que olhei para trás e joguei meu ultimo beijo ao conhecido- desconhecido, não consigo pensar em outra coisa que não sejam míseros 10 dias que passei em flutuação no mar da esperança. As palavras antes tantas vezes desacreditadas e fingidas quando entravam nos meus ouvidos tornavam-se de novo máscaras reais e concretas de tudo já vivido. Embarcar era tão fácil, o difícil era deixar e terminar ali com um sentimento que por várias vezes não me deixou seguir em frente. Sabia mais do que ninguém que não passavam de frases feitas e clichês que se malograram com o tempo.

Metade de mim sabe que tudo não passa de ilusionismo, como as cartas de baralho que mesmo marcadas somem com um simples estalar dos dedos. Mas a outra metade insiste por ficar e acreditar que um dia eu fiz a diferença e que um dia todas aquelas palavras e aquelas lágrimas saíram sinceras.

Olhando da janela da grande aeronave vi a distancia e a saudade perder - se sob meus olhos. Éééé coração ele é leviano.... Não se pode deixar levar por quem tem incerteza como sobrenome. Melhor usar os milhares de quilômetros como desculpa para acabar com essa zaralhice.

Descalça


Cabeça baixa. Na mente várias coisas passavam. Ir embora? Ficar? Vale à pena tudo isso?!! Perguntas... Respostas. Cadê?! Sandálias nas mãos. Os pés caminhavam descalços por um caminho pouco, e ao mesmo tempo, muito conhecido. Tantas vezes por ali passou. Subindo as escadas, o lado sinistro mostrava pra onde ir. Cama feita. Roupas espalhadas pelo quarto, mas agora isso pouco importava. Trocou de roupa. Escovou os dentes. Deitou-se. Cobriu-se, não como todas às vezes. Dessa vez, queria fugir dali pra outro lugar. Um lugar que não se lembrasse daqueles olhos furta cor. Adormeceu... Tão rápido.

4 horas da manha, um cheiro incomum passou por seu nariz, um corpo pesado em cima do seu, uma mão acariciando seus cabelos... Lá estava o dono dos olhos furta cor que tanto queria esquecer. Um sussurro tentador nos seus ouvidos... Não, ela não podia ceder tão fácil, não depois de tudo o que acontecera. Mas movida pela saudade, pela vontade de ficar perto e pelo simples fato de que dali a 6 dias não estaria mais ali. Cedeu. Levantou-se e seguiu pro lado oposto. Estendeu-se ao comprido novamente, dessa vez um braço afagava seus cabelos e os olhos... Ahhh os olhos furta cor, arrancavam sorrisos da felicidade. Siim, respostas!!